quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


E não falar de amor?
E não dizer de mim?
Então é melhor morrer
Não sei viver assim.
Se não tenho o que se chama de Amor
Se não digo o que quero dizer
Então que se desfaça o nó
Que em minh’alma viste a fazer.
Se não compreende a minha vida
Se não entende o meu olhar
Que faço aqui meu senhor?
Se não posso ao menos sonhar?
Se não posso dizer o que sinto
Se sinto o que não posso dizer
Apodreço, morro, minto
Não tenho razão de ser.
Se o infinito é parte da Vida
E a vida parte do Ser
Então que se divida a vida
Antes do amor e  depois de você!

Bethânia Loureiro

3 comentários:

  1. Em pensar que estamos nessa vida há tanto tempo não é mesmo? E as outras que ainda estão por vir??
    Quantas coisas a passar, viver, sentir, sofrer...

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  2. Florbela Espanca já eternizou no poema "Frieza":

    Os teus olhos são frios como espadas,
    E claros como os trágicos punhais;
    Têm brilhos cortantes de metais
    E fulgores de lâminas geladas.

    Vejo neles imagens retratadas
    De abandonos cruéis e desleais,
    Fantásticos desejos irreais,
    E todo o oiro e o sol das madrugadas!

    Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
    Que viver neste mundo sem amar
    É pior que ser cego de nascença!

    Tu invejas a dor que vive em mim!
    E quanta vez dirás a soluçar:
    "Ah! Quem me dera, Irmã, amar assim!..."

    Então, viver neste mundo sem amar, sem expor seu sentir é a pior coisa que existe...E viver sem ter vida, sem sentir...

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  3. Lindo mesmo o poema de Florbela! É isso mesmo Roseli, passar por essa vida sem se entregar...é desperdiçar vida né Vivi?!
    Viver é a entrega!

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